Isolamento social aumenta riscos de acidentes domésticos
Mas nossos especialistas mostram que é possível preveni-los com alguns cuidados simples.
Ficar em casa é fundamental para prevenir a Covid-19, mas é preciso estar atento a um “efeito colateral” indesejado: os acidentes domésticos, que ameaçam principalmente crianças e idosos. “Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, ocorrências envolvendo crianças e adolescentes aumentaram 25% desde o início da quarentena”, destaca a Dra. Maíra Gonçalves de Oliveira Lucas, pediatra do Hospital Pró-Cardíaco (Rio de Janeiro). “Os tipos de acidentes são variados, como quedas, queimaduras, intoxicações e afogamentos”, informa ela.
Apesar de não haver dados estatísticos consolidados em relação aos idosos, eles também demandam atenção, sobretudo em relação a quedas, principal risco de acidentes entre pessoas mais velhas. “Cerca de 70% das quedas de idosos ocorrem em casa, e o isolamento social pode favorecer o aumento desse tipo de acidente. Quedas podem provocar traumatismo craniano e fraturas, problemas de recuperação às vezes mais difícil nessa faixa etária”, afirma a Dra. Andréa Figuerêdo, geriatra e médica clínica do Hospital Santa Joana (Recife), do Recife.
A boa notícia é que a maior parte desses acidentes pode ser prevenida. Confira as recomendações das nossas especialistas:
Crianças
- Coloque proteção nas tomadas elétricas.
- Feche o acesso a escadas, piscina e reservatórios de água e coloque telas nas janelas.
- Não cozinhe com bebê no colo e não permita que crianças pequenas se aproximem do fogão ou forno ligado. Use as bocas de fogo traseiras e deixe as alças da panela para dentro do fogão. Atenção: a cozinha é um dos cômodos onde mais acontecem acidentes.
- Mantenha medicamentos e produtos tóxicos bem fechados e longe do alcance das crianças. Não deixe que elas brinquem com álcool gel, que é um produto altamente inflamável.
- Remova móveis de perto de janelas e tire objetos pesados ou quebradiços dos lugares altos.
- Cuidado com tolhas de mesa. Crianças pequenas podem puxá-las, derrubando sobre elas o que estiver em cima.
- Nunca deixe o bebê sozinho no trocador ou lugares altos.
- Tire baldes e bacias com água do alcance das crianças pequenas. Isso previne afogamentos.
- Compartilhe as tarefas com seu (sua) parceiro (a), definindo os horários que cada um se ocupará das crianças. Procure não dividir o tempo que você se dedica às tarefas domésticas com o cuidado dos pequenos. Lembre-se: quando a gente acha que tem várias pessoas tomando conta da criança é quando não tem ninguém tomando.
Idosos
- Não deixe pisos molhados e retire da casa tapetes soltos.
- Ambientes bem iluminados ajudam a enxergar melhor, evitando tropeçar ou bater em algo. Deixe um ponto de luz próximo da cama.
- Remova fios e móveis que estão no meio caminho.
- Não ande só de meias ou com chinelos mal ajustados aos pés.
- Seja disciplinado com a medicação e lembre-se: remédio para insônia pode propiciar quedas.
- Deixe em lugares acessíveis os objetos e itens que mais usa. Fuja de situações de risco, como subir em bancos ou escadas para pegar coisas. Peça ajuda de alguém.
- Use sempre o corrimão quando subir ou descer escadas.
- Faça exercícios físicos regularmente. Isso fortalece a musculatura.
Quando procurar ajuda médica
- Todo bebê de até um ano que cai e bate a cabeça precisa ser levado ao pronto-socorro.
- Crianças que sofreram traumas que resultaram em inchaços, incapacidade de movimentos, desmaios, sonolência e vômitos.
- Ingestão de substâncias tóxicas e medicamentos.
- Afogamento.
- Lábios roxos e tosse, que sinalizam situações de broncoaspiração (quando o leite entra no pulmão, por exemplo).
- Idosos que sofreram quedas que provocam desmaios, sonolência e/ou inchaço e incapacidade funcional que se prolonga por mais de 24 horas.
Fontes: Dra. Andréa Figuerêdo e Dra. Maíra Gonçalves de Oliveira Lucas.
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