Duas crianças se divertem com um tablet

Riscos na tela

Com a quarentena, as crianças acabam usando mais os dispositivos eletrônicos. Os pais têm de ficar atentos, pois excesso de exposição às telas pode provocar problemas de saúde.

Uma pesquisa feita nos Estados Unidos revelou que, durante a quarentena, as crianças estão gastando cerca de metade do dia diante das telas dos dispositivos eletrônicos. A informação soa como sinal de alarme também para o Brasil. Aqui, segundo o estudo Tic Kids Online*, 86% das crianças e adolescentes de 9 a 17 anos estão rotineiramente conectados à internet e, mesmo antes das medidas de isolamento social, 25% desse total admitiam gastar tempo demais na rede, incapazes de controlar as horas de uso.

“Esses dados exigem atenção. O uso excessivo, que tende a aumentar durante o isolamento social, implica riscos à saúde física e emocional dos pequenos”, alerta a Dra. Ana Luiza Braga, pediatra do Hospital Promater de Natal e professora do Departamento de Pediatria da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, os principais riscos são:

  • Problemas visuais e auditivos
  • Alterações posturais e problemas de coluna
  • Irritabilidade, ansiedade e depressão
  • Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade
  • Transtornos do sono e/ou alimentação (sobrepeso, obesidade, anorexia, bulimia)
  • Sedentarismo
  • Transtornos da imagem corporal e da autoestima
  • Riscos da sexualidade (nudez, extorsão, abuso sexual)
  • Comportamentos autolesivos e risco de suicídio
  • Dependência digital

Como prevenir?

Confira as recomendações da nossa especialista:

  • Crianças de até 2 anos: idealmente não devem ser expostas às telas eletrônicas, nem de forma passiva. O uso deve ocorrer apenas com o objetivo de manter o vínculo afetivo da criança com pessoas distantes e sempre com supervisão dos pais ou responsáveis.
  • Entre 2 e 5 anos: procure adequar para um uso de no máximo 1 hora por dia, sempre com supervisão dos pais ou responsáveis e priorizar conteúdos educativos.
  • Entre 6 e 10 anos: adequar o uso para não ultrapassar 2 horas por dia, sempre com supervisão dos pais ou responsáveis. Evitar exposição a temas violentos.
  • 11 anos ou mais: adequar para 2 a 3 horas por dia. Nunca permita o “virar a noite jogando”.
  • Estabeleça regras de uso. A tecnologia digital é importante para aproximar crianças de parentes e amigos, bem como para estudo e diversão. Estimule o acesso a games e filmes educativos. É fundamental usar a imaginação tanto no mundo real como no virtual.
  • Supervisione os conteúdos. Defina as áreas da casa onde a criança pode usar os dispositivos eletrônicos sendo observada pelos adultos. Evite que ela o faça fechada sozinha no quarto, por exemplo.
  • Estabeleça regras de segurança, senhas e filtros apropriados para toda a família.
  • Reserve momentos de desconexão e convivência familiar.
  • Nada de telas ligadas durante as refeições. Elas também devem ser desligadas uma ou duas horas antes de dormir.

*Estudo realizado em 2018 pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR, disponível em https://cetic.br/tics/kidsonline/2018/criancas/Cetic.br/NIC.br

 

Fonte: Ana Luiza Braga, pediatra do Hospital ​Promater.

 

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